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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AS TRÊS PENEIRAS


Augustus procurou Sócrates e disse-lhe: - Sócrates, preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de...

Nem chegou a terminar a frase quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

- Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?

- Peneiras? Que peneiras?

- Sim. A primeira é a da VERDADE. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?

- Não. Como posso saber? O que eu sei foi o que me contaram!

- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos, então para a segunda peneira: a BONDADE. O que vai me contar, você gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?

- Não, Sócrates! Absolutamente não!

- Então suas palavras vazaram pela segunda peneira também. Vamos agora para a terceira peneira: a NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?

- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.

E Sócrates sorrindo concluiu:

- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!

Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta - o ao crivo das três peneiras porque: Pessoas sábias falam sobre ideias. Pessoas comuns falam sobre coisas. Pessoas medíocres falam sobre pessoas.

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